quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Incra dá "bolo" em sem-terras de Petrolândia


 














Mais de 150 famílias de trabalhadores rurais sem-terra em Petrolândia, a 450 km do Recife, ficaram a manhã inteira de ontem a espera de técnicos enviados pelo Incra, para início do processo de regularização do acampamento Chico Mendes, o maior da região, que chama a atenção de quem passa pela BR que dá acesso a Petrolândia.

 














São dezenas de casas de palha, sem água, sem esgoto, sem a menor infraestrutura a céu aberto. Homens, mulheres e crianças, com a fome e o desespero estampados na face, tomaram, na verdade, um tremendo 'bolo' do Incra, o órgão que representa para eles um futuro melhor, a janela para uma vida com menos sofrimento. 'Ficou acertada a reunião, mas ninguém apareceu. Quando seu carro parou aqui nós pensamos que seria gente do Incra, mas nada. Isso não se faz, gente', reclamou Maria Silva, uma das líderes do MST na região de Itapaica.















O acampamento Chico Mendes existe há mais de quatro anos. Ali, sobrevive nas piores condições uma legião de abandonados pelo poder público. Falta tudo que se possa imaginar, desde água a cesta básica para matar a fome. Bolsa-família? Encontrei poucos que recebiam. 'Há quatro meses não sabemos o que é uma cesta básica. Estamos famintos e abandonados', disse 'seu' Antônio Oliveira, de 66 anos, com boné do MST e cachimbo na boca, retratando, fielmente, a situação das famílias encontradas ali. 


 













Mesmo assim, ele não quer deixar o local nem muito menos os seus colegas de acampamento. 'Aqui, estamos numa área devoluta, que é perto de Petrolândia. Não produzimos nada, é verdade, mas temos algumas criações. O Incra poderia nos ajudar muito se tivesse respeito pelo ser humano', desabou José Feliz dos Santos, um dos mais revoltados com a falta de atenção do Governo.







 




 


 
 Escrito por Magno Martins, às 09h15

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