Coube ao jornalista Jorge Kajuru o furo policial do ano: ele obteve a primeira entrevista exclusiva e oficial com o goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo, acusado de envolvimento na morte de Elisa Samúdio em junho de 2010. Kajuru entrevistou o jogador após seis meses de negociações. A entrevista durou cerca de 1h30 e ocorreu na semana passada, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), onde o jogador está preso.
Procurado na noite desta terça, em um evento em São Paulo, Kajuru confirmou ter a entrevista, mas se recusou a adiantar trechos. Kajuru obteve o feito pela TV Esporte Interativo, uma emissora UHF criada há 4 anos, e dedicada somente a esportes. A emissora e o SBT têm parceria. Kajuru também é funcionário do SBT, com quem tem contrato até 2016.
Nesta quarta-feira, Silvio Santos deve assistir à íntegra da entrevista e decidir se: 1) ela será publicada; 2) em qual programa --se nos telejornais, no "SBT Repórter" ou em outra atração da casa.
Indagado pela reportagem sobre sua impressão à respeito da culpabilidade de Bruno no caso, Kajuru disse apenas que saiu da entrevista com "mais dúvidas".
Além do SBT, Jorge Reis da Costa, o Kajuru, 50, já trabalhou na RedeTV!, Cultura, Band e ESPN. Também fez programas exclusivos para internet. É conhecido por seu temperamento explosivo, o que já lhe rendeu inúmeras ações judiciais e inimigos. Seu melhor amigo, porém, é José Luiz Datena, da Band.
O CASO ELISA SAMÚDIO
Elisa Samúdio foi morta provavelmente um ano atrás, depois de sumir de um hotel no Rio, para onde tinha viajado com o filho --cujo pai era Bruno. O jogador não aceitava a paternidade da criança. Durante as investigações do rumoroso caso, a polícia obteve denúncias de que Elisa fora espancada no sítio do jogador, no período do desaparecimento.
Um primo do goleiro, então menor, e o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, foram apontados como executores do crime. A defesa deles nega. Elisa se era modelo e chegou a fazer filmes pornôs. Seu corpo jamais foi encontrado.
Em julho passado, a polícia indiciou o goleiro Bruno e outros suspeitos foram indiciados por homicídio, sequestro, formação de quadrilha, corrupção de menores, cárcere privado e ocultação de cadáver.
Outro acusado, Marcos A. dos Santos foi acusado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Outros escaparam da acusação de assassinato, mas foi mantida a de cárcere e formação de quadrilha.
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