terça-feira, 27 de setembro de 2011
FINANCIAMENTO Você pode não saber, mas já paga as campanhas eleitorais
Na entrevista do governador Eduardo Campos (PSB-PE) publicada pela Folha SP neste final de semana, ele revela a reunião que houve semana passada na casa do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Participaram as direções dos partidos da base governista e o ex-presidente Lula. O tema conversado teria sido reforma política. Segundo Eduardo, fechou-se um pacto: a aprovação do financiamento público de campanha.
A oposição deve se unir aos governistas. Afinal, estão todos interessados nesse dinheiro. O argumento usado é que o financiamento público evita que o político tenha que se comprometer com empresas privadas para se eleger. E vende-se a ilusão que o processo eleitoral brasileiro passará a ser límpido e transparente, sem caixa 2 nem abuso de poder econômico.
Faz-me rir…
Muita gente não se atenta, mas as campanhas eleitorais já possuem financiamento público. Segundo a ong Contas Abertas, o horário eleitoral “gratuito” de 2010 custou R$ 850 milhões à União. Nota-se, pois, que essa propaganda é gratuita apenas para os partidos, mas caríssima para o contribuinte, pois as emissoras de rádio e TV cobram essa veiculação em tabela cheia. E, antes que eu me esqueça, o custo de 2010 foi 272% maior que na eleições presidencial anterior, em 2006.
Isso sem falar no fundo partidário, que neste ano de 2011 brindará as legendas com R$ 301 milhões.
Ou seja, o financiamento público é apenas mais dinheiro que o cidadão repassará aos políticos, que duvido muito deixarão de movimentar “recursos não-contabilizados”, como bem definiu o companheiro Delúbio.
Pelo que está se desenhando, a tão falada reforma política vai mexer muito para deixar tudo como está.
Autor: Marco Bahé
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