Em todo país, a “marcha contra a corrupção” que se realizou no feriado de 15 de novembro foi um fiasco. Quinhentas pessoas no Recife (e olhe lá!), 30 em Brasília, 200 em São Paulo, 300 em Salvador, e vai por aí. Das capitais que promoveram o ato, a única que reuniu um público razoável foi Belo Horizonte: 1.500 pessoas. Mas, considerando-se que no dia 7 de setembro 20 mil pessoas saíram às ruas de Brasília para protestar contra os corruptos, o saldo de anteontem deixou muito a desejar.
Concordância tácita da sociedade com os que roubam o dinheiro público? De jeito nenhum. A sociedade quer participar. Mas a experiência tem mostrado que esse tipo de manifestação só logra êxito quando é devidamente politizado. Vide as campanhas pela anistia e a convocação da Constituinte na década de setenta, a campanha das diretas em 1984, etc. Quem as comandou foram os políticos, que têm “know how” em mobilização. Imaginar uma campanha dessas sem políticos é um equívoco.
A “marcha” do Recife só não foi ainda mais esvaziada porque estavam à frente dela o arcebispo Dom Fernando Saburido e o presidente da OAB local, Henrique Mariano. Do contrário, teria sido igual à de São Paulo, que reuniu apenas 200 manifestantes. Se os organizadores desse movimento estão de fato interessados em que ele contamine a sociedade, precisam tomar de imediato duas providências: eleger um “foco”, já que o “contra a corrupção” é muito vago. E incorporar políticos sérios.
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