terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estudantes permanecem no prédio da FFLCH após quatro dias de ocupação


Alunos exigem a saída da PM do campus e dizem que desocupação só acontecerá após o pedido ser aceito.

Alunos da USP seguem com a ocupação do prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) após confronto com policiais na última quinta-feira (27). A manifestação se dá em protesto a presença de PMs no campus e, principalmente, aos procedimentos de abordagem que os policiais utilizam. O estopim da ocupação se deu com o conflito de quinta-feira, tornando a relação entre PMs e alunos ainda mais tensa.

A estudante de Oceanografia Lívia Melze disse ter ficado assustada ao se deparar com o confronto. “Vi policial apontando a arma pra cabeça de aluno, nos chamavam de vagabundos, utilizaram spray de pimenta, gás lacrimogêneo e gás de efeito moral, além de tiros de borracha”, disse. O estudante de Letras Rafael Alves acredita que os policiais não eram especializados para efetuar rondas dentro de um ambiente universitário e que, pela falta de preparo, não conseguiram lidar com a tensão com os estudantes. “Eu vi cerca de 20 ou 30 motos da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) no momento em que começava o atrito. A Rocam é uma polícia braço da Tropa de Choque e não é especializada a rondar este local. Alguns policiais ainda jogaram a viatura nas pessoas e muitos estudantes foram agredidos. A maioria não registrou a agressão no HU (Hospital da USP), pois lá os alunos são fichados por envolvimento com o ocorrido e têm medo de serem processados pela instituição. Isso tudo é perseguição política”, diz Alves.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Aníbal Cavali, afirma que o sindicato apoia a ocupação, e os alunos que fazem parte do movimento contra a presença da PM no campus também discutem os problemas enfrentados por trabalhadores e estudantes envolvidos em processos administrativos, instaurados a pedido da universidade. “Temos seis trabalhadores e um aluno que foram processados por envolvimento em manifestação realizada na Assembléia Legislativa de São Paulo, em 24 de março, contra a demissão de 270 funcionários da USP. Os funcionários podem ser demitidos por justa causa e o aluno poderá sofrer eliminação definitiva da instituição”, relata Cavali.

Os alunos organizaram um ato realizado hoje, às 18h, na portaria principal da USP, para exigir a saída da PM e envolver mais estudantes de outras unidades da universidade. Mais informações sobre o ato em breve.
Fonte: Revista Fórum

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