O programa foi produzido pela TV Record, em 1965, e era comandado por Elis - na época com apenas 20 anos. Era um espetáculo feito especialmente para a TV, fato inédito na telinha. Foi um grande sucesso e ficou no ar durante três anos, sendo dirigido por Manoel Carlos.
Manoel Carlos comentou para o Blogue Nostalgia como era o programa.
- O programa foi um parto natural dos espetáculos de MPB que eram feitos na época pelo Walter “Pica-Pau” Silva, um grande homem de rádio de SP. Fui contratado para montar o elenco, produzir e dirigir especiais com as mesmas características. A primeira contratada foi a Elis, seguida de Jair Rodrigues e do Zimbo Trio, que já trabalhavam comigo há anos. Esse foi o tripé sobre o qual montei o programa. Que era feito 'ao vivo' no palco do Teatro Record. O sucesso foi tão grande que lotávamos os 400 lugares do teatro, todas as segundas-feiras. Chegamos a ter como contratados na Record, 150 artistas da MPB. Eu escrevia o texto que a Elis decorava e dizia, sempre com Jair Rodrigues de parceiro. Eram três horas de duração, em que ela chegava a cantar até 20 números! – comentou Maneco.
Foi a época mais fértil e valorizada da MPB. O contrato da cantora com a Record foi feito um mês depois de ela ter vencido o "I Festival de música brasileira", na extinta TV Excelsior, onde defendeu a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinícius.
Foi com esse programa que ela conquistou de vez o público e ganhou o posto de uma das maiores cantoras do Brasil - virou unanimidade.
Era ela quem mais brilhava, pois mais do que apresentadora, Elis era a Estrela, e levava multidões ao teatro e para frente dos aparelhos de TV.
A "pimentinha", como ficou conhecida, era a representante de uma geração talentosa, a primeira após a bossa-nova, ocupando espaço num veículo de comunicação de alcance nacional.
Uma pequena biografia:
- Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 – São Paulo, 19 de janeiro de 1982). Conhecida por sua presença de palco histriônica, sua voz de mezzo soprano e sua personalidade, Elis Regina é considerada por muitos críticos, comentadores e outros músicos a melhor cantora brasileira de todos os tempos.
Com os sucessos de Falso Brilhante e Transversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música.
Como muitos outros artistas do Brasil, ela surgiu dos festivais de música na década de 60 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Enquanto outras cantoras contemporâneas como Maria Bethânia haviam-se especializado e surgido em teatro, ela deu preferência aos rádios e televisões.
Seus primeiros discos, iniciando com Viva a Brotolândia (1961), refletem o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964, onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do Fino da Bossa e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos artísticos.
Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do Fino da Bossa, e ambos tiveram João Marcelo Bôscoli.
Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como "Madalena", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e a Equilibrista", "Querelas do Brasil", que ainda continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país.
Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como "Madalena", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e a Equilibrista", "Querelas do Brasil", que ainda continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país.
Ao longo de toda sua carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro.
Entre outras parcerias, é histórico os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Simonal, Rita Lee, Chico Buarque - que quase foi lançado por ela não fosse Nara Leão ter o gravado antes - e, por fim, seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, com quem teve os filhos Pedro Mariano e Maria Rita.
Mariano também ajudou-a a arranjar muitas músicas antigas e dar novas roupagens a elas, como com "É Com Esse Que Eu Vou".
Sua presença artística mais memorável talvez esteja registrada nos álbuns "Em Pleno Verão" (1970), "Elis & Tom" (1974), "Falso Brilhante" (1976), "Transversal do Tempo" (1978), "Saudade do Brasil" (1980) e "Elis". Ela foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil.
Elis Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos, deixando uma vasta obra na música popular brasileira.
Hoje, está completando 30 anos sem Elis Regina e sete dias em que perdi a minha mãe, que era fã da música Romaria, gravada por Elis. Portanto, é uma dupla e saudosa homenagem.
Infelizmente Senhores, este talvez seja o último texto que escrevo para aquele que era o meu Blog, pois para minha surpresa, todos os meus textos desde 2007 até hoje, aparecem como estando no Blog de uma outra pessoa. Eu estaria apenas enviando um texto, o que não é verdade. Acredito que esta pessoa nem esteja sabendo do que fizeram com o meu Blog. Na próxima semana, vou saber o que está acontecendo. Grande abraço!
Todas as informações deste texto e as imagens que o ilustram foram pesquisadas em sites da Internet e nos arquivos de O Globo.
Fonte: Blog Nostalgia
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