Considerada como personalidade de 2011 pelo jornal inglês The Guardian, a estudante chilena de geografia Camila Vallejo discursou hoje para alunos da Universidade Ludwig Maximiliam, de Munique. Atual vice-presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, a líder e musa do movimento estudantil latino-americano, que nesta viagem pela Alemanha já passou por Frankfurt, Hamburgo e Berlim, chamou a atenção dos europeus para os problemas do ensino público que acarretaram em fortes manifestações contra o governo de Sebastián Piñera no ano passado.
"Não podemos aceitar que, no Chile, toda família tenha que se endividar para que um dos filhos possa ter ensino superior", disse. Camila explicou ainda que seu país precisa passar por uma reforma tributária para acabar com o que chamou de duas classes de estudantes (os "de universidades privadas subvencionadas e os de universidades públicas endividados").
Camila viaja pela Europa com a secretária-geral da Juventude Comunista do Chile, Karol Cariola, e com o dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Jorge Murúa, entre outros. Dia 9, está prevista uma entrevista coletiva na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, Suíça.
Sobre os protestos no Chile
A mobilização estudantil chilena durante o ano passado foi a mais longa dos últimos anos e foi também o maior evento por mudanças sociais no país desde o retorno da democracia. Os estudantes realizaram protestos massivos, como o que ocorreu no dia 16 de junho, quando cerca 100 mil saíram às ruas de Santiago.
O movimento estudantil custou a Joaquin Lavín e Felipe Bulnes o cargo de ministro de Educação. Ambos renunciaram frente ao ânimo irredutível dos estudantes em terminar com as paralisações.
Em setembro do mesmo ano, o governo de direita do presidente Sebastián Piñera atingiu seus piores índices de aceitação: 27%. No mesmo período, a desaprovação do governo foi de 68%.
Fonte: Terra
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