quinta-feira, 21 de julho de 2011

INOCÊNCIO OLIVEIRA

Pela quarta vez, nos últimos 10 anos, Inocêncio Oliveira anunciou solenemente que deixaria a vida pública e depois voltou atrás. Tudo que ele alega para deixá-la é verdadeiro: que está na Câmara Federal há 36 anos e já deu sua contribuição a Pernambuco como congressista, que não acompanhou o crescimento das filhas e gostaria de acompanhar o crescimento dos netos, que politicamente é um homem realizado porque como presidente da Câmara assumiu a presidência da República 11 vezes, etc.
Acontece, entretanto, que ele se alimenta da política e se por acaso romper com ela, mesmo amistosamente, morrerá mais cedo. Não foi à toa que ele inaugurou um escritório político no Recife para receber deputados, prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e líderes sem mandato, algo que faz, prazerosamente, quando não está em Brasília exercendo suas atividades de parlamentar. Ele deve ter tido alguma contrariedade quando anunciou a saída da política, porém ninguém do PR acredita nisto.
 
Em 2002 ele fez um anúncio semelhante e até indicou a filha, Shirley, como herdeira dos seus votos para a Câmara Federal. Uma semana depois voltou atrás por ter chegado à mesma conclusão a que acaba de chegar agora: ele precisa da política e a política precisa dele. Tem razão, portanto, o prefeito de Serra Talhada, Carlos Evandro, que ao saber da “aposentadoria” do conterrâneo, disse: “Inocêncio tá igual a Luiz Gonzaga, que se despediu dos palcos umas 30 vezes e morreu tocando forró”.

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