Vítimas contam como foi o incêndio na boate Kiss que matou 234 pessoas no Rio Grande do Sul.
Tentativa desesperada de salvar quem estava lá dentro. Era o começo de uma tragédia sem precedentes na história do Brasil. Nunca tantas pessoas morreram numa casa noturna do país.
A boate Kiss fica no Centro de Santa Maria. Funcionava há apenas três anos e de acordo com o Corpo de Bombeiros, a capacidade de segurança é de mil pessoas. Na hora da tragédia, segundo os bombeiros, 1,5 mil jovens estavam na boate principalmente estudantes da Universidade Federal de Santa Maria.
O fogo começou perto das 2h30 quando a banda gaúcha Gurizada Fandangueira que animava a festa fez um show pirotécnico.
“A gente estava acontecendo a festa, com o show da Gurizada. Eles pegaram, foram fazer um show pirotécnico com fogos. A faisqueira começou a pegar fogo no teto. A gente foi pegar o extintor para tentar apagar o incêndio, quando viu ele já tomou conta do local”, disse o segurança da boate Rodrigo Moura.
Algumas vítimas foram atendidas ali mesmo, em frente a boate.
“Só quem estava ali viu, filme de terror. Não tem”, diz segurança.
Desnorteadas, pessoas andavam pela rua. Parentes e amigos chegavam procurando por notícias. Ambulâncias faziam o resgate das vítimas. Os feridos foram levados para os seis hospitais da cidade.
Todos tentavam ajudar do jeito que podiam. Um jovem usa a camiseta para ajudar uma pessoa a respirar. Uma mulher faz massagem cardíaca tentando reanimar outra vítima
Este homem carregou uma pessoa no colo.
Um clima de tristeza e solidariedade tomou conta de quem tomou conta de quem estava ali.
Voluntários quebravam as paredes da boate com picaretas, se revezando nessa tarefa. Bombeiros apagavam o fogo.
Voluntários quebravam as paredes da boate com picaretas, se revezando nessa tarefa. Bombeiros apagavam o fogo.
Por telefone, a delegada que estava de plantão durante a madrugada, deu a dimensão da tragédia
“O número de mortos pode aumentar, chegou mais um caminhão, estamos na fase de identificação das vítimas”,disse a delegada Elizabete Shimomura.
Quando amanheceu, parentes e amigos procuravam por notícias. Pareciam não acreditar.
“Todos os hospitais possíveis e nada ainda”, disse um parente.
Nos hospitais, foram disponibilizadas listas com o nome das vítimas.
“Chamamos todas as equipes em casa de médicos, de enfermeiros, de laboratório, enfim pra dar, motoristas pra dar apoio pra levar pra outros, colocando os pacientes nos andares, na UTI”, disse a diretora do hospital.
A retirada dos corpos só foi concluída no fim da manhã. De acordo com o Corpo dos Bombeiros, muitos dos jovens que tiveram dificuldade para sair, correram para os banheiros e ficaram encurralados.
O Fantástico entrou na boate e notou a dificuldade para sair do local e viu como o cenário da tragédia era desolador. A equipe mostra como o local ficou destruído por dentro depois da tragédia.
O número de vítimas era tão grande que os bombeiros tiveram que recorrer a caminhões frigoríferos para tirar os corpos do local.
Nenhum comentário:
Postar um comentário