O ex-presidente Juscelino Kubistchek pode ter sido assassinado pela ditadura militar. Essa versão, que não passava de especulação até bem pouco tempo, pode ser confirmada pela Comissão Nacional da Verdade, que está investigando o “acidente” que matou JK, em 22 de agosto de 1976, na Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro.
As investigações começaram a partir de um relatório feito pela OAB de Minas Gerais. No requerimento entregue à Comissão da Verdade, a Ordem dos Advogados afirma que o ex-presidente é uma vítima do regime de 64.
Segundo o Portal UOL a versão oficial diz que Juscelino e o motorista Geraldo Ribeiro morreram em um acidente. O condutor teria perdido o controle do Opala que dirigia, ocasionando uma colisão, ao esbarrar num ônibus da Viação Cometa e bater de frente em um caminhão, saindo da pista e capotando.
De acordo com documentos da OAB "estudos, pesquisas, depoimentos, leitura apurada do Inquérito Policial e do laudo da exumação do corpo do motorista Geraldo Ribeiro, após apontamentos novos e não trazidos à época no Inquérito e a opinião pública (...) tratou-se de atentado político, a morte do ex-presidente e Geraldo Ribeiro".
O ex-motorista, segundo essa nova versão, teria sido "atingido na cabeça, por um projétil denominado batente, de fabricação e uso exclusivo das Forças Armadas, muito utilizado à época pelo Exército Brasileiro".
Segundo o presidente da comissão da OAB, William Santos, fatos novos revelados após a morte de JK e seu motorista exigiram a reabertura das investigações pela comissão. Ele afirma que o suposto assassinato do ex-presidente está ligado à operação Condor que, por meio do SNI (Serviço Nacional de Informações), órgão de repreensão da Ditadura Militar brasileira, perseguiu, torturou e matou opositores nos países vizinhos.
A operação Condor ficou conhecida como uma espécie de "multinacional" dos órgãos de repressão das ditaduras militares implantadas nas décadas de 1960 e 1970 em países da América Latina. Os agentes dos órgãos de repressão agiam com liberdade e tinham apoio dos órgãos similares nos países, incluindo o Brasil, para perseguir opositores.
Com isso, diversos exilados políticos foram vitimados pelos governos de seus países de origem, mesmo estando fora. Segundo Santos, esses "acidentes" à época, que aconteciam com opositores do regime, o "código 12", funcionava para "liquidar" figuras da oposição.
Caso o crime venha a ser confirmado, será provavelmente o primeiro assassinato de um presidente brasileiro. E praticado pelo Estado.
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