Quando a vida imita a arte, surgem histórias que atravessam gerações. Assim nasceu a Festa das Marocas, uma das celebrações mais autênticas e queridas do Agreste pernambucano. Realizada anualmente em Belo Jardim, a festa mistura irreverência, cultura e memória afetiva, carregando em sua essência o orgulho do povo belo-jardinense.
📺 Das janelas da ficção para as ruas do Agreste
A origem da Festa das Marocas está diretamente ligada à novela “Redenção”, exibida entre 1966 e 1968 pela extinta TV Excelsior. Na trama, um grupo de mulheres fofoqueiras se reunia às janelas para comentar — com humor e ousadia — a vida da vizinhança. Inspiradas nesse enredo, três amigas de Belo Jardim — Maria José Lima, Zélia Franklin e Conceição Augusta — decidiram levar a brincadeira para a vida real.
Moradoras da rua João Pessoa (hoje conhecida como Calçadão), as amigas organizaram em 1970 o primeiro “Forró de Redenção”, que logo se transformaria na Festa das Marocas. Com o passar dos anos, o que começou como uma festa de rua entre vizinhos se tornou um verdadeiro patrimônio da cultura pernambucana.
🏆 Reconhecimento e importância cultural
Em 2009, a Festa das Marocas foi oficialmente reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco, por meio da Lei nº 13.842. O título consagra a importância do evento não apenas como manifestação artística, mas como um marco identitário da população de Belo Jardim.
🎶 Muito mais que festa: cultura, música e economia
Mais do que uma simples festividade, a Festa das Marocas é um palco da cultura popular nordestina. O evento celebra o forró, a música regional, os talentos locais e ainda presta homenagens a figuras ilustres da cidade — artistas, educadores, líderes comunitários e personalidades que ajudaram a construir a história de Belo Jardim.
A movimentação é intensa: turistas de várias regiões marcam presença, fortalecendo o comércio, gerando empregos temporários e promovendo uma verdadeira injeção de ânimo na economia local.
🌟 Herança viva do povo belo-jardinense
O orgulho pela Festa das Marocas é visível em cada morador. A alegria contagiante, as homenagens e a celebração das raízes culturais fazem do evento uma referência não só no Agreste, mas em todo o estado de Pernambuco.
E tudo isso começou com o olhar criativo e bem-humorado de três mulheres visionárias, que souberam transformar a ficção em tradição — e a tradição em memória viva de um povo que sabe festejar sua história.
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