Agamenon Magalhães e São Bento do Una

Foto Centro de Estudo Unidade Nacionalista

Um político com “P” maiúsculo

Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães nasceu em Serra Talhada, no dia 5 de novembro de 1893, e faleceu em 24 de agosto de 1952, no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. Sua morte, em plena madrugada, comoveu o país de norte a sul. Pernambuco perdeu um de seus maiores líderes, que era apontado como o provável candidato à presidência da República pelo PSD nas eleições de 1955.

Um homem de muitas funções

Formado em Direito pela tradicional Faculdade do Recife, em 1916, Agamenon foi muito mais do que político. Atuou como promotor de Justiça, professor, geógrafo e exerceu cargos importantes:

• Deputado estadual e federal

• Ministro do Trabalho

• Ministro da Justiça

• Interventor federal em Pernambuco (1937-1945)

• Governador do Estado (1951-1952)

A visita a São Bento do Una

No fim de 1940, enquanto interventor federal, Agamenon Magalhães visitou Cachoeirinha para inaugurar a ponte sobre o rio Una. De lá, seguiu para São Bento do Una por uma estrada carroçável aberta pelo então prefeito Manoel Cândido, margeando o rio.

Foi a primeira vez que Agamenon conheceu São Bento. Ao chegar, ficou impressionado com o desenvolvimento da cidade, em especial com a força da indústria de laticínios — representada pelas fábricas Souza Valença e Castelo — e com o cuidado dos criadores de gado com a seleção dos rebanhos.

A descrição de São Bento por Agamenon

Como geógrafo, ele fez questão de registrar sua impressão sobre nossa terra:

“São Bento é um trecho privilegiado do sertão. Tem os espinhos e a vegetação rasteira das regiões semiáridas. Recebe, porém, os ventos frescos e carregados de umidade das serras do Agreste, Garanhuns e Pesqueira, o que concorre para a fertilidade dos seus campos. As terras são fadadas para a criação, e o homem ali tem iniciativa e coragem de viver.”

Em sua visita, Agamenon ainda tomou providências para a instalação de uma Estação de Monta, com reprodutores da raça holandesa e assistência técnica para os criadores aprenderem sobre forrageiras e fenação.

Ele afirmou:

“O Estado tem em São Bento um dos núcleos mais fortes de sua população. Cumpre ao Governo assistir e estimular, por todas as formas, o poder de iniciativa e de trabalho de uma gente, cujo valor devemos exaltar.”

O nascimento da Estação Experimental

Pouco mais de um mês após essa visita, foi publicado no Diário Oficial do Estado o Decreto nº 589, de 29 de janeiro de 1941, desapropriando a fazenda Rio Branco, de propriedade de Eurico Guilherme de Azevedo e Alice Mota de Azevedo.

Essa propriedade deu origem à atual Estação Experimental de São Bento do Una, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), localizada no caminho para Capoeiras.

É importante destacar que essa foi uma das primeiras — senão a primeira — fazenda do Estado destinada ao aprimoramento do rebanho bovino.

Um legado que permanece

Agamenon Magalhães foi um político de palavra e um dos homens mais brilhantes que Pernambuco já conheceu. Seu legado se une a nomes históricos como João Alfredo, Etelvino Lins, Esmeraldino Bandeira e outros que ajudaram a construir o prestígio de nosso Estado, o “Leão do Norte”.

Hoje, São Bento do Una guarda com orgulho a memória dessa visita histórica e os frutos que ela deixou.

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Fonte: Orlando Calado

Fonte da foto: Centro de Estudo Unidade Nacionalista

(Referência: “O queijo do Xucuru”, de Ivete Cintra)