Dos últimos 180 minutos do Palmeiras em campo, foram poucos aqueles em
que o adversário levou perigo. Depois de derrotar um inofensivo Vitória
em Salvador, o time dirigido por Luiz Felipe Scolari fez outro jogo de
um time só nos 2 a 0 sobre o Botafogo, ne quarta-feira, em casa.
Desta vez, muito mais por imposição do que por falta de qualidade do
rival. É claro que, também por estar desfalcada, a equipe carioca
encontraria mais dificuldade, que só aumentou depois da expulsão do
lateral-esquerdo Moisés. Mas o Palmeiras teve o domínio quase que completo da partida, a sua oitava consecutiva sem sofrer gol.
A quem ainda olha torto para Felipão e seus auxiliares - sobretudo
Paulo Turra, muito participativo no dia a dia e à beira do campo nos
jogos: já é preciso dar o braço a torcer. Há méritos de sua comissão nessa fase invicta e de disputa simultânea por três títulos.
No início de sua terceira passagem pelo clube, o treinador tem conseguido dar equilíbrio ao time, aproveitando o legado técnico de Roger Machado e reforçando seu sistema defensivo,
com um meio de campo mais fixo - Bruno Henrique já não pisa tanto a
área como antes - e uma cobertura mais atenta dos zagueiros.
Não faltam ligações diretas do campo de defesa para o ataque, longas inversões de bola dos volantes para os homens de frente. Também não tem faltado velocidade aos pontas.
Importante: Dudu voltou a jogar seu melhor futebol, a despeito do
pênalti desperdiçado no segundo tempo, quando o placar ainda estava 1 a
0.
Felipão gosta de uma formação segura defensivamente. É daqueles que,
ganhando um jogo de mata-mata, não tem vergonha de tirar um centroavante
para reforçar a marcação. Quando sente, porém, que há espaço
para ousar um pouco mais, ele se permite tirar um volante mais
desgastado para colocar um meia de criação.
E foi assim, depois de ter orientado Lucas Lima do banco de reservas,
na segunda metade do primeiro tempo, que ele chegou à vitória. Contra um
Botafogo preocupado praticamente apenas em se defender, o meia entrou
no intervalo e tentou como pôde dar mais dinâmica, arriscando jogadas
mais difíceis. Acabou resolvendo o jogo com dois golaços: um de dentro
da área e outro em uma inteligente cobrança de falta.
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