A mulher, de 27 anos, que foi esfaqueada na noite desta terça-feira (2) na Tijuca, Zona Norte do Rio, estava perto da estação de metrô do Maracanã quando foi cercada por três menores. Como mostrou o Bom Dia Rio, ela lamentou que situações como essa na cidade se tornaram frequentes e disse: “Hoje, a vida não vale mais nada”. Ela acrescentou ainda que luta para não odiar a cidade.
Segundo a vítima, que preferiu não se identificar por receio, o suspeito mais novo aparentava ter oito anos e a atingiu na barriga e na mão direita — ela foi socorrida no Hospital do Andaraí. Eles levaram o celular e ninguém foi preso.
“A gente trabalha para as pessoas simplesmente… Hoje, a vida não vale mais nada, né? Então, é só… Na verdade é só estou sendo mais uma na estatística, né? Eu acho, sinceramente, que é uma cidade que eu amo muito… Assim, eu gosto muito, mas está sendo muito fácil de ser odiada, entendeu? Eu tento não sair daqui porque eu tenho pretensão de morar fora no final do ano, mas… Estou tentando ir embora sem odiar a cidade, mas está complicado", contou a vítima.
Assaltos com faca
Michael Douglas Gonçalves da Silva, de 19 anos, suspeito de esfaquear o estudante Pedro Arthur Britto Santa Cruz, de 18 anos, dentro de um trem, no sábado (30), confessou o crime após ser preso na casa de um parente em Comendador Soares, Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense nesta terça-feira (2).
Pedro Arthur foi a décima terceira vítima de assalto com faca em 13 dias, no Rio, o que equivale a uma média de um esfaqueado por dia.
Na manhã de sábado, um outro rapaz - funcionário de uma boate na Lapa - foi assaltado quando saia do trabalho Ele foi ferido na costela e no pescoço e teve roubado o celular. Os suspeitos fugiram.
No dia 17 de maio, uma turista do Vietnã foi esfaqueada em frente ao Paço Imperial, no Centro do Rio. Na mesma semana, o médico Jaime Gold pedalava pela orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, quando foi atacado. Ele morreu horas depois. Depois do médico, foram ao menos mais nove vítimas em diferentes bairros do Rio.
Proibição ao porte de facas
Nesta terça-feira (2), a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) analisou o Projeto de Lei que proíbe o porte de armas brancas, como facas. A proposta recebeu sete emendas e será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça.
Pelo texto, que prevê a apreensão dos objetos e multa ao portador, passa a ser crime o porte de armas brancas com mais de 10 centímetros de comprimento. Neste caso, a polícia pode apreender o objeto, mas não deter ou prender o infrator.
A sanção é apenas administrativa, com pagamento de multa de pelo menos R$ 2 mil. A Alerj nem poderia aplicar uma punição penal, já que a Constituição prevê que isto é competência da Câmara Federal dos Deputados.
No caso do porte de armas brancas por menores de idade, o texto prevê que eles sejam levados da rua para se apresentarem a juízes de Varas da Infância e Juventude. Maiores de idade serão encaminhados à delegacia para prestar esclarecimentos.
Do G1 Rio
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