Dos 18 títulos conquistados pelo técnico, 17 foram em disputa no formato mata-mata. Copa das Confederações será décimo torneio por seleções
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O técnico Luiz Felipe Scolari se consagrou no futebol conquistando títulos e se destacando, principalmente, em mata-matas. Não à toa, das 18 taças levantadas em 31 anos de carreira, 17 foram passando por jogos eliminatórios, que devem surgir no caminho do Brasil na Copa das Confederações. Se passar pela primeira fase, na qual encara Japão (dia 15, em Brasília), México (dia 19, em Fortaleza) e Itália (dia 22, em Salvador), a seleção brasileira terá pela frente dois mata-matas, com semifinal e decisão de título ou terceiro lugar. Isso sem contar que, como a etapa inicial é curta, quase todos os jogos são decisivos na disputa.
Felipão gosta de competição assim. Fez sua carreira baseada na emoção dessas partidas. Ganhou quatro vezes a Copa do Brasil, duas Taça Libertadores, foi campeão brasileiro quando ainda havia mata-mata após a primeira fase, levantou três taças de estaduais, venceu Recopa, Mercosul, Rio-São Paulo, Sul-Minas...
Algumas decisões ao longo da carreira de Felipão tornaram-se emblemáticas. Pelo Grêmio, em 1995, ele passou pelas quartas de final de Libertadores sobre o Palmeiras com vitória por 5 a 0 em casa, e derrota por 5 a 1 fora. Houve briga. Depois, pelo Verdão, venceu o Corinthians, também nas quartas, em 1999.
Essa disputa, aliás, marcou o início da trajetória de sucesso do goleiro Marcos no clube. Ele teve grande atuação e foi fundamental na classificação. Em Copa do Mundo, por Portugal, nas oitavas de final de 2006, Felipão chegou até a se envolver em briga com um jogador adversário na vitória sobre a Holanda.
O título que coroa esse histórico é o da Copa do Mundo de 2002: sete jogos, sete vitórias. Quatro foram mata-mata, a partir das oitavas de final. Mesmo num dos momentos em que foi mais questionado na carreira, em sua última passagem pelo Palmeiras, conseguiu mostrar outra vez que sabe como conduzir uma equipe num mata-mata, levando o time paulista ao título da Copa do Brasil.
O retrospecto nesse tipo de torneio credenciou Felipão para voltar à seleção brasileira e substituir Mano Menezes. O treinador sabe disso. E usa a seu favor o que passou. Lembra sempre que as partidas que antecederam ao Mundial não foram fáceis, que também iniciou com derrota sua caminhada no comando técnico, assim como nesta temporada, quando perdeu para a Inglaterra, por 2 a 1, em fevereiro passado.
A bagagem de títulos de Luiz Felipe Scolari é que mantém a direção da CBF esperançosa de que o atual treinador conseguirá montar uma equipe competitiva para a Copa do Mundo, começando com o teste na Copa das Confederações. E mais: a experiência dele não é apenas com clubes. Depois que a bola rolar no próximo sábado, para Brasil e Japão, em Brasília, Felipão chegará à décima competição oficial por uma seleção, a quarta pelo Brasil (ganhou a Copa do Mundo de 2002, perdeu nas quartas de final da Copa América de 2001 e disputou as eliminatórias para o Mundial do Japão e da Coreia). À frente de Portugal, foram cinco torneios oficiais, sendo vice-campeão da Eurocopa de 2004 e quarto colocado na Copa do Mundo de 2006. E mais um pelo Kuwait. Com o Brasil, Felipão tem 68,6% de aproveitamento. São 33 jogos, 21 vitórias, cinco empates e sete derrotas.
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