quarta-feira, 15 de agosto de 2018

A HISTÓRIA DA FESTA DE REIS DE SÃO BENTO DO UNA



Antônio Alves Soares foi quem introduziu, na Fazenda Santa Cruz, a devoção do crucificado com a designação de BOM JESUS DOS POBRES, que em seu oratório de madeira, na casa em que residia, eram promovidas as festas de 6 de janeiro. 


A grande imagem do Crucificado do Bom Jesus dos Pobres veio de Portugal, sem a cruz, que foi feita e adaptada pelo artista português Francisco Correia da Câmara.

INÁCIO TOMAZ DE AQUINO   

Inácio Tomaz de Aquino edificou sua casa de morada com vida de seu pai, Antônio Alves Soares, ao nascente, cerca de dez braças do local da futura capela.

Era uma casa de taipa, com uma porta e uma janela de frente; construiu, pegada a esta, outra, com duas portas de frente e armação para venda e, unida à moradia, edificara uma puxada que serviu de capela para celebração da Santa Missa, Missões e as festas do Padroeiro, todo dia 6 de janeiro, continuando assim a memória santa de seu pai, enquanto, não esteve pronta a Capela e onde foi colocado o oratório e as imagens herdadas de seu pai.

Eram quatro imagens: uma da Conceição, uma N. S. das Dores, uma de Santo Antônio e o Crucificado - Senhor Bom Jesus dos Pobres.

Nessa época, era frequentada a povoação de Santa Cruz pelo Pe. José Joaquim Dutra, irmão de Antônio Joaquim Dutra, dono da propriedade Riachão, comprada ao Capitão-Mor Francisco Xavier Pais Barreto, sendo senhor da Fazenda Poço dos Patos, e Capitão-Mor agregado das Ordenanças de Cimbres, tendo falecido  em 1830.
fonte: livro: SÃO BENTO DO UNA FORMOÇÃO HISTÓRICA. PÁG. 32, 33

A FAZENDA DE ANTÔNIO ALVES SOARES, A DEVOÇÃO A SÃO BENTO A PRIMEIRA FEIRA



Em 1825, todo o vale do Rio Una, Ipojuca e Riachão, estava plenamente colonizado, salpicado de choupanas com seus currais ao lado.

A agricultura era muito pequena, constando de pequenas hortas à beira dos rios, encontrando-se queimadas estéreis ( costume primitivo de matar a terra queimando a madeira derrubada).


Com a derrubada das floresta, particularmente do vale do Rio Una, encontrava-se tal quantidade de variedades de anfíbios que, muitos habitantes tiveram oportunidade de ver sessenta e tantas cobras mortas e juntas num só dia, além de uma cascavel enrodilhada, parecendo " uma perua no ninho".   

Os habitantes aterrorizados começaram a invocar o nome de SÃO BENTO.
 Essa devoção divulgou-se por toda parte e por todas as famílias, sem objetivar-se a não ser por uma imagem do mesmo Santo, adquirida depois. 

Em 1825, já se reuniram os fazendeiros à sombra do umbuzeiro;  os que transitavam com víveres e, aí, aos domingos, vendiam suas mercadorias como açúcares, rapadura, milho, feijão, farinha e outros cereais aos habitantes das circunvizinhança e também para missas e missões.

Era Antônio Alves Soares quem chamava os Sacerdotes vindos do Brejo da Madre de Deus, para celebrarem o Santo-Sacrfício da Missa em sua casa e era quem hospedava os missinários

Destruída a cruz que deu nome ao lugar, foi fincada outra de grande porte, em 1830, por ocasião das missões pregadas pelo Padre Francisco José Correia, marcando o local escolhido para a construção de uma capela.  

Antônio Alves Soares provavelmente morou em Santa Rosa do Bonito e no Rio do Peixe ou das Piranhas, porque em ambos os lugares, deixou propriedades e onde ficaram membros de sua família. 

A esse tempo, chegou a propriedade Poço Doce o Tenente José Venâncio de Benevides Falcão. Ambos eram conhecidos daqueles que vieram depois do Rio do Peixe. 
FONTE: LIVRO SÃO BENTO DO UNA: FORMAÇÃO HISTÓRICA PÁG 31, 32

SÃO BENTO DO UNA: A CHEGADA DE ANTÔNIO ALVES SOARES

Por volta de 1777, acossado pela seca, aqui chegou, possivelmente vindo do Rio do Peixe, Antônio Alves Soares, com o que restava do seu rebanho.
Ao nascente da encruzilhada e à margens direita do Rio Una, edificou sua morada, uma casa de taipa, com uma porta e uma janela de frente e curral ao lado, ocupou como senhor uma e outra margem do Rio Una e denominou sua posse de Pirineus, em virtude da ondulação do terreno, vindo à sua lembrança, uma aparência  das montanhas europeias. 

A terra ocupada por Antônio Alves Soares ocupava o espaço geográfico do Riacho Gravatá ao Riachão, tendo as seguintes fronteiras: 

Ao nascente - na elevação Primeira que termina acerca de uma légua do Serrote do Gado Bravo;
  
Ao Poente - deu nome de Apeninos;

Ao Norte - Riachão;

Ao Sul - Riacho Gravatá ou Riacho Santa Ana.

Essa habitação na pousada do ermo alegrou os viajantes, pois estava quebrada a monotonia da selva, com a presença do seu habitante, que poeta e conversador, distraía os viajantes e almocreves com histórias, ao redor da fogueira acesa no terreiro.

O grande feudo de Antônio Alves Soares, sem garantia jurídica e sem ter-lhe custado nada, não resistiu aos invasores, mais sabidos, mais claros de cor e mais audazes e assim cada emigrante se apossava de terreno  que depois vendia, sem documentos de aquisição e, dessa maneira, foi esfacelada a grande propriedade SANTA CRUZ,  com o consentimento do proprietário, pelo desejo que tinha de ver povoado o lugar.

A expressão FAZENDA DE SANTA CRUZ  foi aparecendo como fronteira de divisão e subdivisão de partes de terras, substituindo a de SERROTE ou COLINA.

Antônio Alves Soares foi o proprietário de Santa Rosa, em Altinho e de outra propriedade no Sertão, do Rio das Piranhas, comarca de Pombal, Paraíba.  
fonte: livro SÃO BENTO DO UNA: FORMAÇÃO HISTÓRICA. PÁG 30, 31

SÃO BENTO FICA ELEVADA À CATEGORIA DE CIDADE

Em 1972, Adalberto Paiva me ofereceu uma cópia da Lei estadual numero 440, de 8 de junho de 1900, cujo teor é o seguinte:
O Congresso Legislativo do Estado de Pernambuco decreta:
art. I - Fica elevada à categoria de cidade a Vila de São Bento.
art. II - Revogam-se as disposições em contrário.  
Senado do Estado de Pernambuco, 7 de junho de 1900.
Antônio Pedra da Silva Marques - Presidente.
Luiz Salazar Moscoso da Veiga Pessoa - II Secretário.
Manoel Caldas Barreto - I Secretário.
Palácio do Governo do Estado de Pernambuco, em 8-6-1900.
Dr. Antônio Gonçalves Ferreira - Governador.

A Baixo da lei transcrita tem, a seguinte anotação: 

" Entre as solenidades da elevação à cidade houve um baile no Mercado Público, por ter o mais amplo salão onde todos sem distinção dançaram até o dia seguinte quando o então vigário Joaquim Alfredo da Costa Pereira, após a celebração da Santa Missa foi buscar a Banda Musical Santa Cecília, sendo acompanhados pela mesma os pares de uma tradicional quadrilha e o povo em geral entreva em todas as casas congratulando-se assim com os são-bentenses.
As festas duraram da noite do dia 8 de junho ( sexta-feira) até o dia 10 ( Domingo)".
fonte: livro SÃO BENTO DO UNA: FORMAÇÃO HISTÓRICA. PÁG 442, 443.

A MORTE DO PRIMEIRO PREFEITO DE SÃO BENTO



A respeito do falecimento de Joaquim Soares da Rocha, o Diário de Pernambuco de 3 de setembro de 1929, pág. 4, publicou o seguinte: " Na fazenda Maniçoba do município de São Bento, residência de seu digno filho major Pedra Soares da Rocha, faleceu às 19 horas do dia 27 de agosto próximo passado, o venerando ancião Capitão Joaquim Soares da Rocha. O extinto foi o primeiro prefeito eleito para o município de São Bento, depois desempenhou vários cargos públicos, entre os quais o de Juiz do primeiro distrito, cargo este que exerceu por longos anos, fazendo verdadeira justiça aos seus munícipes. Tinha o mesmo a idade de 98 anos e quatro meses, deixando numerosa prole. Pêsames à sua família".
 fonte: Livro SÃO BENTO DO UNA FORMAÇÃO HISTÓRICA, PÁG.442

Polícia Militar comemora resultados da 21ª Corrida da Galinha de São Bento do Una

A Corrida da Galinha em sua 21ª edição em São Bento do Una (PE) alcançou excelentes resultados durante a sua execução entre os dias 01 e 05 de agosto, um dos setores que destacam o sucesso da festa, foi a Polícia Militar, que em suas estatísticas registrou poucas ocorrências, em sua maioria por desentendimento e embriagues.
Os elogios por parte da corporação veio coroar o trabalho incansável da prefeita Débora Almeida (PSB) que juntamente com sua equipe de governo como do Secretário Cristiano Rafael (Zé Mota), Altemar Pontes (Teminha) e Sueli Maciel realizaram um das melhores festa dos últimos anos.
 O relatório do 15ª Batalhão da Polícia Militar (BPM), ressalta a grandiosidade do evento que atrai a atenção nacional e internacional para São Bento do Una é que o 4ª maior produtor de ovos do Brasil e o maior nas região Norte e Nordeste. Os números mostram que cerca de 15 mil pessoas diariamente, participaram da festa que contou com um aporte de 04 oficiais e 65 praças lançados nas modalidades à pé, sendo bom frisar a participação das equipes especializadas do BEPI, GATI e ROCAM, bem como das hipotecas e apoio de Batalhões que fazem a Diretoria Integrada do Interior 1 (DINTER- 1), tais como Garanhuns, Lajedo e Pesqueira.
 O senhor Subdiretor da aludida diretória – Coronel PM ALEIXO, esteve no Parque de Exposições Eládio Porfírio de Macedo para conhecer de perto toda a estrutura montada no local do evento que hoje se estabelece como um dos maiores e mais bem organizados do nosso país.

A estrutura disponibilizada contribuiu sensivelmente para o sucesso do evento que foi considerado tranquilo por parte da Polícia Militar, responsável pela segurança nos polos de animação e pela Polícia Civil, através do plantão de polícia. A 21ª Corrida da Galinha transcorreu sem alteração e foi alvo de elogio por parte da população.
O comandante do 15ªBPM, Tenente Coronel Robério Luiz de Barros Lima e seu subcomandante Major Neyro Clessio Menezes Silva agradeceram em nota aos escalões superiores, a Prefeitura de São Bento do Una na pessoa da Prefeita Débora Almeida, aos comandantes das equipes especializadas e aos Comandantes de Batalhões da DINTER- 1 pelo apoio prestado.
Matéria da TV SBUNA

SELEÇÃO DE SÃO BENTO DO UNA EMPATA EM 0 X 0 COM LAJEDO

A seleção sãobentense sub-20  empatou por 0 a 0 com a Seleção de Lajedo, neste domingo, em amistoso disputado no campo do Centro, em Lajedo.

São Bento do Una, jogou seu primeiro jogo amistoso do ano, visando a preparação para a Copa do Interior 2018.
Com um time muito jovem, o técnico Isaac, montou um esquema forte na defesa, com saídas rápidas de contra-ataque, surpreendendo a seleção de Lajedo, que esperava um jogo morno pelo pouco tempo de trabalho da seleção sãobentense. 

Com muitas oportunidades de gols, para ambas as equipes quem se destacou mesmo foi os goleiros que fecharam sua metas.
São Bento do Una voltou aos treinos nessa terça dia 14 e tem amistoso novamente nesse final de semana.

SÃO BENTO DO UNA VIVENCIA CAMPANHA NACIONAL CONTRA SARAMPO E POLIOMILITE

A Prefeitura de São Bento do Una através s Secretaria Municipal de Saúde estará vivenciando entre os dias 06 e 31 de Agosto a Campanha Nacional contra Sarampo e Poliomielite.

18 de Agosto é o Dia D da Campanha, todas as Unidades Básicas de Saúde estarão aberta até as 13h. Haverá também vacinação na Praça Cônego João Rodrigues.

Pais e responsáveis devem procurar uma Unidade Básica de Saúde mais próxima e levar a criança para vacinar.

A vacina será para crianças de 1 ano até menores de 5 anos.

Lembrando que todos devem levar a caderneta de vacinação.

É São Bento do Una Melhor a Cada Dia.

3 CRIANÇAS ESTÃO ENTRE OS 39 MORTOS NA TRAGEDIA DA ITÁLIA

As buscas por sobreviventes sob escombros da ponte que caiu em Gênova, na Itália, continuam nesta quarta-feira (15). Até o momento, 39 pessoas morreram na tragédia- entre elas, três crianças, de acordo com a prefeitura local. Há ainda 16 feridos, 12 deles em estado grave.

O tempo firme contribui com a operação de resgate, que mobiliza mais de 200 bombeiros.

Ainda não se sabe o que provocou o colapso parcial da ponte Morandi, que atravessa uma área densamente habitada de Gênova, no noroeste do país. Por ela, passa a rodovia A10, que liga cidades no Norte da Itália ao Sul da França. O Ministério Público de Gênova investiga o caso.
fonte:g1.com


domingo, 12 de agosto de 2018

A Morte de Chico Mendes Deixou Triste a Natureza.

Manoel Santamaria
O poeta não descansa
seu pensamento um instante.
Muitos o julgam presente,
sem o saberem distante.
A matéria: residente…
o espírito: renitente,
preocupado e vagante!



A poesia desempenha
um papel primordial,
neste país atolado
no terrível lamaçal
do crime e corrupção,
e paternal proteção
às duras forças do mal.



A Poesia de Cordel
também presta seu tributo
ao nosso mártir da mata,
sindicalista astuto,
ecólogo destemido,
que fez o mundo sentido
e a natureza de luto.



Xapuri foi o seu berço
e a morada final.
O reinado de terror
em Marabá foi fatal
a esse herói seringueiro,
mas o grito do guerreiro
teve eco mundial!



Francisco Mendes pediu
trégua na destruição
criminosa da Amazônia,
nosso sagrado pulmão,
que o mundo todo venera
guardiã da atmosfera,
exposta à devastação.



Valente e humano escudo
protetor das nossas terras.
Combateu contra os tratores,
machados e moto-serras.
Sua batalha exemplar
há de se multiplicar
noutras batalhas e guerras!



A natureza chorosa,
no nosso peito esse nó.
Ecoam dentro da mata
gemidos de fazer dó.
Choram cascatas e rios
prantos sentidos e frios…
o uirapuru canta só.



Na solidão da floresta,
aves, plantas e animais,
órfãos, fracos, indefesos,
exalam seus tristes ais,
pedem o fim da matança
e a destruição que avança,
mutilando os matagais!



Do Oiapoque ao Chuí
tevês, revistas, jornais,
estampam a nossa dor
em manchetes garrafais.
Fauna e flora sem defesa…
foi-se o “Nossa Natureza”
o “Ghandi dos Seringais”!



Se até no estrangeiro
a grande perda é sentida;
se até a ONU se importa,
vou cutucar a ferida
dos fominhas fazendeiros,
e os carrascos pistoleiros
que pensam mandar na vida.



Depois que o “New York Times”
mostrou, em primeira mão,
o brutal assassinato,
foi tal a repercussão,
que até a nossa justiça,
cheia de inércia e preguiça
resolveu mostrar ação.



É só cascata e farol
do Governo brasileiro,
que deseja mais ajuda
das potências do estrangeiro,
para investir no nojento
pseudodesenvolvimento,
e escândalo financeiro.



Se Chico Mendes não fosse
mundialmente famoso,
a justiça ignoraria
esse podre e pantanoso
faroeste brasileiro,
onde o rico fazendeiro
desfila impune e garboso.



No Brasil, a realidade
do faroeste é voraz.
Já na ficção esse filme
fajuto perdeu cartaz.
Caducou, perdeu a graça,
e há muito tempo, só passa
nos corujões matinais.



Final do século vinte,
e o país mergulhado
no caldeirão da mamata,
cultivando o que é errado:
falcatruas, pistolagem,
política da malandragem,
regime podre e safado!



Esse atraso milenar
podia ser corrigido,
mas a Constituição
ainda afaga bandido.
Impunidade que assusta,
justiça cega e injusta,
e de moral corroída!



Mas um país que faz tanto
alarde em torno de quem
matou quem numa novela
e anda tratando tão bem
os assassinos reais,
bem que merece demais
os governantes que tem!



Mas o mundo anda de olhos
e ouvidos bem aguçados
para tantas agressões,
tantos pobres massacrados.
Atos imundos, insanos,
contra os Direitos Humanos
e Prêmios para os culpados!



Os direitos dos indígenas
sendo desobedecidos.
Mais de vinte mil da tribo
dos Macuxis, perseguidos.
A polícia trava guerras
só para entregar suas terras
aos fazendeiros bandidos!



Os ricos pecuaristas
assassinaram a natureza.
Espécies insubstituíveis,
rara e milenar beleza
das florestais paisagens
cedem lugar as pastagens,
À ganância e à riqueza!



O gado disputa a água
e a alimentação
com os animais silvestres,
naturais da região,
a nossa fauna nativa.
O IBDF se esquiva,
não faz fiscalização.



A malversação das verbas
dos incentivos fiscais.
Investimentos furados,
estradas descomunais,
falsa colonização
e cruel destruição
das reservas naturais!



Também os tecnocratas
e as multinacionais
que visam os lucros fáceis,
sem retornos sociais.
Porcos imediatistas
que têm cifrões nas vistas
e miolos irracionais!



A UDR, União
“Democrática” Ruralista,
em defesa aos latifúndios
e o grande pecuarista
comanda os assassinatos
dos lavravadores pacatos,
padres e sindicalistas.



A UDR utilizou
sua nefasta influência
durante a Constituinte;
cometeu tal violência
brecando a Reforma Agrária,
à qual sempre foi contrária,
a qual levou à falência.



“Ainda posso respirar,
a água jorra abundante;
eu vivo aqui e agora,
e o futuro é tão distante!”
Assim pensa o egoísta,
de visão curta e simplista
bucéfalo, ignorante!



Que inteligência curta,
que egoísmo brutal,
caráter devastador,
criminoso, irracional!
Pensarmos em nós somente,
e espalharmos a semente
do irremediável mal!



Ocorre que as consequências
estão aqui e agora:
o índio pede socorro,
a Mata Atlântica chora,
a Amazônia agoniza,
e uma mal cheirosa brisa
nos sufoca e apavora!



Desequilíbrios climáticos,
confusão nas Estações.
São resposta e consequência
das grandes devastações
nas florestas tropicais.
Seca no Sul é demais…
no Nordeste, inundações!



O holocausto biológico
se torna mais evidente,
a cada dia que passa;
e assim, cada ser vivente
pensante há que se tocar
e começar a plantar
o futuro no presente!



A morte de Chico Mendes
não há de ter sido em vão.
O nobre sangue do herói
há de regar esse chão.
E seu clamor por justiça
há de aplacar a cobiça
que impera nesta nação!



E surgirão outros Chicos,
atrás de serra vem serra.
A luta, a honra de um homem
não se extingue, não se enterra.
A natureza reclama
e a todos nós conclama
a prosseguir nesta guerra!


Dezembro de 1988