segunda-feira, 2 de junho de 2025

Lenita Fontes Cintra: A Professora que se Tornou Eterna na Educação de São Bento do Una

 

Lenita Fontes Cintra não foi apenas uma educadora. Foi um verdadeiro exemplo de dedicação, carisma e amor à comunidade. Sua história, marcada por conquistas, generosidade e um trágico ato de heroísmo, permanece viva no coração de São Bento do Una e na memória de todos que passaram pela escola que hoje leva o seu nome.


 Infância e Formação


Lenita nasceu em 18 de março de 1929, no Sítio Olho D’Água de Onça (hoje parte do município de São João, no Agreste pernambucano). Caçula de 11 irmãos, era filha de Joaquim Cintra Valença e Vitória Fontes Cintra. Desde cedo, demonstrava amor pelos estudos e pela vida comunitária.


Fez o curso primário na Escola Reunida Barbosa Lima, concluindo em 1943. Em seguida, seguiu para o Colégio Santa Sofia, em Garanhuns, onde finalizou o curso ginasial em 1946. Determinada, continuou os estudos e, entre 1947 e 1949, cursou o Magistério, formando-se professora. Foi a oradora da turma e recebeu sua nomeação como docente pelo então governador Barbosa Lima Sobrinho.


 Amor pelo ensino e dedicação à comunidade


Lenita foi professora no Grupo Escolar Rodolfo Monteiro Paiva, em São Bento do Una, onde lecionou até seus últimos dias. Além das aulas, preparava alunos para o exame de admissão e organizava atividades culturais e cívicas que marcaram época:

Os desfiles de 7 de setembro, que ela organizava com esmero;

As festas juninas, com concursos de trajes típicos;

Os bailes carnavalescos, com blocos e fantasias;

A organização do mês de maio, com celebrações religiosas.


Lenita também era esportista, jogadora de vôlei, amante do teatro e cinema, e uma excelente nadadora, tendo inclusive conquistado medalhas em competições de natação em Maceió.


Seu espírito alegre, comunicativo e carismático fazia com que fosse amada por alunos, colegas e por toda a cidade. Era conhecida carinhosamente como “Lelé”.


 Uma despedida marcada pelo heroísmo


No dia 24 de março de 1957, um domingo, Lenita saiu com amigas para um banho no Rio Una, em uma fazenda pertencente ao senhor Alfredo Cintra. O rio estava cheio, e três de suas amigas começaram a se afogar. Lenita, sem pensar duas vezes, entrou na água para salvá-las.


Conseguiu resgatar as amigas, mas acabou sendo levada pela correnteza. Quando seu corpo foi encontrado, já não havia mais vida. Lenita morreu como viveu: ajudando os outros.


 Um nome que virou história


Pouco tempo depois de sua morte, a comunidade decidiu homenageá-la eternizando seu nome em um dos maiores símbolos da educação local: o Colégio Lenita Fontes Cintra, fundado oficialmente pela Lei Municipal nº 361, de 20 de agosto de 1956.


O nome foi escolhido em reconhecimento ao seu exemplo de vida, valores morais e dedicação à educação. A escola teve como primeiro diretor Jurandi Tenório de Lima, e ao longo dos anos, fortaleceu ainda mais a ligação entre sua história e o nome de Lenita.



 Lenita Fontes Cintra continua viva em cada aluno que passa pela escola, em cada professor que ensina com amor e em cada cidadão que acredita que a educação transforma vidas.


Que sua história nunca seja esquecida.



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