Mais
votado do Rio para a Câmara dos Deputados, com 464.572 votos, Jair Bolsonaro
(PP) já faz planos para 2018, quando pretende se lançar candidato à Presidência
da República. Nesta terça-feira, ele voltou a criticar o governo federal e a
postulante à reeleição Dilma Rousseff (PT), reiterou suas posições sobre temas
polêmicos, como o Plano Nacional de Cidadania e Direitos Humanos LGBT, e fez
ataques à Comissão da Verdade. Quanto à intenção de concorrer ao Palácio do
Planalto, afirmou que, terminadas estas eleições, inicia as articulações para
daqui a quatro anos.
Vou
dar uma de político tradicional: o povo está pedindo. Fiz muita campanha em São
Paulo, com meu filho (Eduardo Bolsonaro, do PSC, eleito deputado federal pelo
estado). Lá também ouvi isso. Quero ser uma das opções de 2018, à direita
mostrando a sua cara. Estarei na contramão de tudo que está aí — afirma
Bolsonaro.
Por
enquanto, no segundo turno para a disputa presidencial, ele declara apoio a
Aécio Neves, do PSDB. E mira sua artilharia contra a adversária do tucano nas
urnas.
—
Mesmo que ele não queira voto no Aécio — diz o deputado. — O grande mal do
Brasil é o PT. Se Dilma conseguir a reeleição, não fugiremos de uma ida para
Cuba sem escala na Venezuela. É um governo que se preocupa em caluniar as
Forças Armadas 24 horas por dia — continua ele, que é militar da reserva.
Com
posicionamento conhecido contra a Comissão da Verdade, que tem por finalidade
averiguar violações de direitos humanos entre 1946 e 1988, Bolsonaro também
dirigiu suas críticas ao colegiado que realiza as apurações (são sete os
membros que compõem a comissão). Frisou que recorreria a uma hipérbole, mas
disparou.
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—
Uma cafetina resolve fazer sua biografia. Escolheu sete prostitutas para
realizá-la. No final, a conclusão das prostitutas é de que a cafetina deveria
ser canonizada. Essa é a Comissão da Verdade da Dilma — afirmou, depois de
ressalvar: — Não estou chamando ninguém de cafetina ou prostituta. É uma
hipérbole.
Bolsonaro
disse ainda não concordar com quem afirma que ele tenha sido eleito com base
numa agenda que chamou de “antigay”. Afirmou que, se homofobia for definida
como “o respeito à família e querer que uma criança siga o destino dado a ela
quando nasce”, ele, então, é homofóbico. Mas que sua briga não é contra os
homossexuais.
—
Minha bronca sempre foi e será contra o material escolar (numa referência ao
Plano Nacional de Cidadania e Direitos Humanos LGBT, que ele chama de
“kit-gay”). Acho impossível uma pessoa não ter um parente ou amigo gay. A
grande maioria cuida da vida dela. Uma minoria que quer tratar desse assunto em
vida pública — diz. — Nunca preguei dar porrada em homossexual. Mas defendo a
família — conclui.