segunda-feira, 11 de julho de 2011

Greves de professores, como e quem mobilizar: uma proposta de debate


Por Robson Fernando de Souza
para o Acerto de Contas
Nas greves de professores, desde os da Educação Infantil até os das pós-graduações, incluindo instituições públicas e privadas, geralmente vemos o mesmo método sendo usado: mestres interrompem seus trabalhos por tempo indeterminado, param o funcionamento da escola e deixam seus alunos em casa. Esse modelo de mobilização docente, apesar de tão tradicional e largamente usado nos momentos críticos, tem falhas e vacilos e por isso merece algumas críticas e sugestões de mudança, a serem debatidas, que faço abaixo.
Eu divido essas falhas em efeitos colaterais éticos e subestimações. Ambas relativas à atitude de deixar totalmente de lado os alunos, potenciais aprendizes de cidadãos, e atingi-los na prática muito mais do que aos próprios alvos das mobilizações – os diretores/proprietários das escolas e faculdades, no caso das instituições privadas, e o governo, no caso das públicas.
A consequência colateral ética eu posso resumir em uma frase nominal: alunos mais prejudicados do que os patrões.
Os estudantes são verdadeiros reféns “sob poder” dos grevistas, os reais prejudicados pelas paralisações. Ficam sem aulas, têm o calendário escolar ou acadêmico deformado – podendo ficar sem férias e mesmo ser obrigados a cursar improvisadamente três semestres num único ano –, são relegados ao ócio e, no caso de graduandos e pós-graduandos, têm suas chances de estágio e emprego diminuídas pelo adiamento da conclusão do curso – podendo até perder oportunidades pendentes (incluindo concursos públicos) pelo timeout em defender o TCC e dar entrada no diploma.

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