segunda-feira, 11 de abril de 2011

São Bento na História - Governador recebe o prefeito de São Bento

Governador recebe o prefeito de São Bento

“No dia 17 de setembro de 1936, o Governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, recebeu no Palácio do Campo das Princesas, o recém proclamado prefeito de São Bento, o Sr. Getúlio Valença, a fim de tratar assuntos de interesse do município.”

A Eleição de Getúlio Valença

Nas eleições de 1936, em que Getúlio Valença sagrou-se prefeito, São Bento era a 36ª Zona Eleitoral do Estado, composta por apenas 4 (quatro) Seções Eleitorais.

Para concorrer às eleições municipais daquele ano, só foi registrada uma única chapa, a do Partido Social Democrático de Pernambuco, encabeçada por Getúlio Alves Valença.

Em decorrência de algumas irregularidades, as 3ª e 4ª seções foram anuladas pela Junta Apuradora, cujas decisões foram confirmadas pelo então Tribunal Regional de Justiça Eleitoral de Pernambuco, só apurando-se os votos das duas primeiras seções, num total de 359 votos.
Getúlio Valença, ao centro, de terno preto, prefeito.
Em face do número total de votos, o quociente eleitoral foi de 40 votos e o quociente partidário foi de 9, tendo a Junta Apuradora proclamado o seguinte resultado:

PrefeitoGetúlio Alves Valença com 345 votos.
Vereadores: Pedro de Souza Cavalcanti com 288 votos, Heronides Alves de Siqueira com 20 votos. José Manso da Silva com 12 votos e Manoel Valença Braga com 10 votos. Pela legenda foram eleitos Federalino da Silva Lemos, Alípio Cezar Valença, Gercino de Oliveira Cintra, Juventino Gomes de Oliveira e Alfredo Cavalcanti Cintra.
Em 22 de dezembro de 1936, Getúlio Alves Valença tomou posse, pela segunda vez, como prefeito de São Bento, tornando-se, assim, o 25º prefeito investido no cargo, o qual foi exercido com muita retidão até 22 de dezembro de 1937.
Um homem de vasta cultura
Getúlio Valença era um homem avançado para sua época, provavelmente deslocado no seu tempo, conforme se deduz de suas atividades e dos ditos dos que o conheceram. Prático como dentista, Getúlio era procurado por moradores de São Bento para extrair os dentes furados e cariados que doíam muito, pois naquela época, no município, só havia ele que pudesse socorrer alguém que estivesse com dor de dente. Exercendo a nobre profissão de “Tiradentes”, Getúlio acabou por se tornar um exímio protético, fazendo “chapas” tão perfeitas que, quando usadas, ninguém sabia se eram dentaduras normais ou postiças.   
O nosso “Tiradentes” não participou de nenhum movimento conspiratório, mas, juntamente com outros nobres sãobentenses, dentre eles José Manso da Silva, os Paivas (Adalberto, Adauto, Adelmar e Virgílio), e muitos outros, promoveu uma autêntica revolução cultural em nosso solo, o que fez São Bento ficar conhecida, desde então, como “Berço de Cultura”, tal era a intensidade de atividades culturais aqui praticadas sempre com a presença marcante de Getúlio Valença.
Getúlio fundou o Grupo Teatral Valdemar de Oliveira, destinado a encenar peças teatrais, em que ele atuava como ator, autor e diretor. A maioria das peças apresentadas era da sua própria autoria.
Componentes do Grupo Teatral Valdemar de Oliveira
Getúlio Valença, Ivete Cintra, Fausto Rocha, Ênio Mota
Getúlio Valença co-participou da fundação do “União Sport Club”, criado para promover grandes festas para a sociedade, especialmente as de final de ano, bailes de debutantes, festas juninas e bailes carnavalescos, eventos esses bastantes concorridos, onde os cavalheiros só entravam se estivessem vestidos à caráter, ou seja: de terno!
União Sport Club, na década de 60.
Remonta à época do União Sport Club”, da João Pessoa, na gestão de Adauto Paiva, a instalação do Serviço de alto falantes de São Bento, que funcionava através de diversas “bocas de alto falantes” como se fosse uma rádio, prestando serviços de comunicados, notas de falecimentos, músicas dedicadas, etc.
Grêmio Feminino Sãobentense
Getúlio Valença, uma árvore de frutos especiais 

Não bastasse Getúlio Valença ser dono da cultura que foi, eis que seus filhos, Nelson, Leone, Roberto, nascem com o mesmo gen cultural, cada um com luz própria, merecendo capítulos próprios.
Escrito por J. Veloso

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